Bacias Hidrográficas do Território Brasileiro
Rafael L. C. Dutra
A Bacia
Hidrográfica ou bacia de drenagem pode ser definida como sendo um conjunto de
terras que realizam a drenagem da água das precipitações para o curso do rio
principal e seus afluentes. As formações das bacias são geradas através dos
desníveis dos terrenos que indicam o percurso que se deve realizar pela água,
já que o início deste começa no ponto onde a “nascente” tem que estar mais alta
do que o percurso a ser realizado.
As bacias
podem ser classificadas em quatro aspectos denominados pela função de como é a
fluidez destas
•
Exorréicas: quando as águas são drenadas direto para o mar;
•
Endorréicas: quando as águas são direcionadas para um lago ou mar fechado;
•
Arréicas: quando as águas se escoam alimentando os lençóis freáticos;
•
Criptorréica: quando o rio se infiltra no solo sem alimentar os lençóis
freáticos ou se evaporando.
O
território do Brasil é dividido em bacias (figura 1), onde algumas destas são
consideradas as principais para o desenvolvimento econômico, agricultura,
abastecimento de água, utilização para as indústrias e outros fins. São estas:
• Bacia
Hidrográfica da Amazônia;
• Bacia
Hidrográfica do Paraná;
• Bacia
Hidrográfica do Parnaíba;
• Bacia
Hidrográfica do São Francisco;
• Bacia
Hidrográfica do Atlântico Sudeste;
• Bacia
Hidrográfica do Paraíba do Sul;
• Bacia
Hidrográfica do Tocantins – Araguaia;
• Bacia
Hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental.
1.BACIA HIDROGRÁFICA DA AMAZÔNIA
A bacia hidrográfica da Amazônia (figura 2) é constituída pelo rio Amazonas, além dos rios já existentes na Ilha de Marajó, no Estado do Amapá, que deságuam no Atlântico Norte. Essa bacia possui um total de 3.870.000 km², sendo a maior bacia hidrográfica existente no mundo possuindo uma área de ocupação da ordem de 6.110.000 km², incluindo percurso das nascentes nos Andes Peruanos até a sua foz no oceano Atlântico, na região norte do país. Como a bacia da Amazônia é uma bacia continental, estão englobados nesta outros países. O Brasil possui 63% dessa riqueza.
Dentro
deste território que a bacia da Amazônia abrange, se encontram as capitais de
Manaus, Rio Branco, Porto Velho, Boa Vista, Macapá, e 304 municípios, dentre eles
destacam-se Santarém (PA) e Sinop (MT), dois centros urbanos que mais
necessitam da água existente na bacia amazônica.
2.BACIA HIDROGRÁFICA DO PARANÁ
A bacia
hidrográfica do Paraná (figura 3) possui área total de 879.860 km². A divisão
desta bacias por todos os estados e municípios que utilizam o seu recurso é
definida da seguinte maneira, São Paulo (25%), Paraná (21%), Mato Grosso do Sul
(20%), Minas Gerais (18%), Goiás (14%), Santa Catarina (1,5%) e o Distrito
Federal com (0,5%).
Esta
bacia contêm uma região de estrema importância, pois ela concentra dois tipos
de biomas, além de várias coberturas vegetais, que são:
● Biomas:
Mata Atlântica e Cerrado;
●
Coberturas Vegetais: Cerrado, Mata Atlântica, Mata de Araucária, Floresta Estacional
Decídua e Floresta Estacional Semidecídua.
O
abastecimento de água da região varia entre os rios Parnaíba e Tietê, entre
78,6% e 95%, respectivamente.
Abaixo,
temos alguns dados disponibilizados pelo site da ANA (Agência Nacional de
Águas), sobre o estado do Paraná, onde contêm o Comitê da Bacia dos Rios
Piracicaba, Capivari e Jundiaí que possui (fonte: http://www.ana.gov.br/):
-
Empreendimentos do PRODES contratados em 2002;
- Comitê
da Bacia do Rio Paranaíba;
-
Campanha de fiscalização na bacia do rio São Bartolomeu, sub-bacia do ribeirão
Saia Velha;
-
Convênio de Integração das Bacias do Alto Iguaçu e do Alto Rio Ribeira;
- Termo
de referência e preparação do processo licitatório do Plano da Bacia
Hidrográfica do Alto Iguaçu- PR;
- Sistema
de Alerta de Enchentes na bacia do Rio Sapucaí;
-
Suinocultura intensiva e a qualidade das águas.
3.BACIA HIDROGRÁFICA DO PARNAÍBA
A bacia hidrográfica do Parnaíba (figura 4) é a segunda mais importante da região nordestina, ficando atrás da bacia do rio São Francisco. Sua bacia é a maior entre as 25 bacias hidrológicas existentes na região, abrangendo o estado do Piauí e parte dos estados do Maranhão e do Ceará.
Um
aspecto interessante, é que esta possui grande potencial hídrico, com área de
344.112 km², sendo equivalente a 3,9% do território nacional, possuindo uma
drenagem de 99% para o estado do Piauí, 19% para o Maranhão e 10% para o Ceará.
Seu rio possui uma extensão de 1.400 km, e mesmo assim esta área ainda sofre
com problemas de água.
Os principais afluentes da bacia são: rio de
Balsas localizado no estado do Maranhão; rio Poti e Portinho no Ceará; rios
Canindé, Piauí, Uruçuí-Preto, Gurguéia e Longa, todos pertencentes ao estado do
Piauí.
4.BACIA HIDROGRÁFICA DO SÃO FRANCISCO
A bacia
do rio São Francisco (figura 5), possui extensão de 2.700 km, que se inicia na
Serra da Canastra no estado de Minas Gerais, sendo escoada no sentido Sul-Norte
passando pelos estados da Bahia e Pernambuco. Este rio se desemboca no Oceano
Atlântico entre os estados de Alagoas e Sergipe.
O percurso que é realizado e pela importância
que tem entre os estados de Minas Gerais, Pernambuco, Bahia, Alagoas e Sergipe,
este rio também tende a ser uma bacia a utilizada para o abastecimento de
outros estados como Goiás e Distrito Federal. No total, a bacia de São
Francisco, atinge a 521 municípios deste seis estados.
5.BACIA HIDROGRÁFICA DO ATLÂNTICO SUDESTE
A região
da bacia do Atlântico Sudeste (figura 6), possui um grande desenvolvimento
industrial e populacional, com isso ela é de extrema importância para está
localidade. Porém, o desenvolvimento em expansão que ocorrendo pelos anos, é
motivo de muitos problemas, principalmente em relação à disponibilidade de
água. Pois esta região necessita de uma demanda gigantesca, a maior do país. Em
contra partida, esta hidrografia é uma das menores, com isso, não consegue atender
a toda a demanda. O rio São Francisco tende a obter vazão média anual de 2.850
m³\s, podendo ter variações entre 1.077 m³\s e 5.290 m³\s pelo ano.
Existe
uma grande vegetação ao entorno do percurso do rio São Francisco que é dividida
em uma ampla cobertura vegetal contemplada com fragmentos de cerrado, Caatinga
e Mata Atlântica, além da bacia possuir uma grande quantidade diversidade de
peixes de água doce.
Abaixo,
temos uma relação das principais ações que a ANA vem realizando na região
(fonte: http://www.ana.gov.br/):
- Gestão
Integrada das Atividades Desenvolvidas em Terra na Bacia do Rio São Francisco -
GEF São Francisco;
- Comitê
da Bacia do Rio São Francisco;
-
Conservação e Revitalização da Bacia do rio São Francisco: Projetos Afluentes
Águas de Minas, Estradas, Lagoa Feia, Hidrovia, Irrigação;
-
Determinação de Subsídios para Procedimentos Operacionais dos Principais
Reservatórios da Bacia do São Francisco;
-
Estimativa das Retiradas de Água para Usos Consuntivos na Bacia do Rio São
Francisco;
- Sistema
Generalizado para Simulação do Balanço Hídrico e Alocação das Águas da Bacia do
Rio Francisco;
- Termo
de referência para a seleção de consultoria para elaborar o Plano Estratégico
de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco;
-
Fiscalização e campanha de campo nas cabeceiras do Rio Bezerra para solucionar
conflitos de uso;
- Outras campanhas de fiscalização na bacia do
São Francisco.
Esta
hidrografia possui área total de 229.972 km², e seus principais rios são Paraíba
do Sul com extensão de 1.150 km, e o Doce com 853 km de extensão. Além destes
rios, ela é composta pelas pequenas bacias dos rios São Mateus, Santa Maria,
Reis Magos, Benevente, Itabapoana, Itapemirim, Jacu e Ribeira, além dos
litorais dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
A bacia
do Atlântico Sudeste, possui os seguintes dados em relação as suas duas
principais bacias (fonte: http://www.ana.gov.br/):
● Bacia
Rio Doce
- Comitê
da Bacia do Rio Doce
- Sistema
de Alerta de Enchentes na bacia do Rio Doce
-
Empreendimento do PRODES na bacia do Rio Piracicaba-MG
●Bacia
Paraíba do Sul
-
Convênio de Integração da Bacia do Rio Paraíba do Sul;
-
Contrato com a COPPETEC;
-
Programa de Regularização dos Usos;
-
Protocolos com a FIRJAN, FIESP e FIEMG;
- Agência
da Bacia do rio Paraíba do Sul;
-
Fortalecimento do CEIVAP - Comitê para Integração da Bacia Hidrográfica do Rio
Paraíba do Sul;
-
Programa de regularização dos usos;
- Sistema
de suporte ao usuário;
-
Fiscalização;
-
Cobrança pelo Uso da Água na bacia do Rio Paraíba do Sul;
- Sistema
de Suporte à Decisão para a Bacia do Rio Paraíba do Sul;
- Termo
de referência e preparação do processo licitatório do Plano da Bacia
Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul;
- Termo
de referência e preparação do processo licitatório do Plano da Bacia
Hidrográfica do Rio Guandu – RJ;
-
Empreendimento do PRODES contratado.
6.BACIA HIDROGRÁFICA DO PARAÍBA DO SUL
A bacia do Paraíba do Sul (figura 7) situa-se na região sudeste, abrangendo o
Vale do Paraíba Paulista, a Zona da Mata Mineira e metade do Rio de Janeiro, contendo
uma divisão de 13.500 km², 20.900 km² e 21.000 km² respectivamente. Sua área total
corresponde a 55.400 km².
A bacia possui um bioma formado pela Mata
Atlântica, em volta de todo o seu território.
Figura 7 – Bacia Hidrográfica do araíba do Sul
BIBLIOGRAFIA
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bacia_hidrogr%C3%A1fica (Acessado em 05.11.2010)
http://www.ana.gov.br (Acessado em 05.11.2010)
http://www.caminhoaguas.org.br/bacias/paraiba_do_sul.html (Acessado em 10.11.2010)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bacia_do_rio_Para%C3%ADba_do_Sul (Acessado em 10.11.2010)
Fonte: www.ana.gov.br
7.BACIA HIDROGRÁFICA DO TOCANTINS – ARAGUAIA
A bacia
Tocantins-Araguaia (figura 8) ou Bacia Araguaia é utilizada muito para fins de
agricultura irrigada como para o cultivo de frutíferas e grãos como os de
arroz, milho, soja e outros. Este tipo de atividade que esta concentrada na
sub-bacia do Araguaia, possui uma demanda estimada em 66% da água sendo destinada
pela bacia para a região.
A bacia
Araguaia possui uma área de 967.059 km² o que corresponde a 11% do território
nacional, onde abrange os seguintes estados: Goiás, Tocantins, Pará, Maranhão,
Mato Grosso e Distrito Federal. A representatividade da parcela de água
existente em cada estado respectivamente pela bacia é de 26,8%, 34,2%, 20,8%,
3,8%, 14,3% e 0,1%. Além disso, ela atende a 7,9 milhões de pessoas.
Um
contraste existente em todo o território da bacia é a presença dos biomas da
Floresta Amazônica e do Cerrado, e da Hidroelétrica de Tucuruí localizada no
estado do Pará no Rio Tocantins.
8.BACIA HIDROGRÁFICA ATLÂNTICO NORDESTE OCIDENTAL
A bacia
do Atlântico Nordeste Ocidental (figura 9) está localizada no estado do
Maranhão com 91% de sua totalidade e um pequeno trecho de 9% no estado do Pará.
Sua área total é de 254.100 km² o que se equivale a 4,3% do território
nacional. Esta região possui uma vazão de água pela bacia de 2.514 m³/s o que
se equivale a 1% de toda a vazão do país. A bacia contêm em seu território as suas
sub-bacias dos rios Mearim e Itapecuru que são consideradas as maiores da
região com áreas respectivamente de 101.061 km² e 54.908 km², onde se possui a
maior demanda de vazão d`água de m³/s.
Para esta
região, a bacia é destinada em primeiro plano com 64% para o consumo humano, em
seguida vem o consumo dos animais com 15%, e por último está à necessidade da
utilização de 17% para a irrigação.
A bacia possui ao seu redor importantes
ecossistemas como a floresta equatorial, restingas, mata de transição e
floresta estacional decidual. Além desse belíssimo ecossistema, existem áreas
onde estão ocorrendo práticas inadequadas na agrícola, o que ocasiona impactos
ambientais como processos de erosão, salinização e formação de áreas
desertificadas. Além deste impacto ocasionado pela agricultura, a bacia também
sofre com o impacto ambiental ocasionado pelo lançamento irregular e sem
tratamento de esgoto pelas vilas de ribeirinhos e pela região metropolitana de
São Luis, gerando uma carga orgânica de 149 t de DBO/dia, equivalente a 2,3% de
todo o País.
Fonte: www.ana.gov.br
BIBLIOGRAFIA
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bacia_hidrogr%C3%A1fica (Acessado em 05.11.2010)
http://www.ana.gov.br (Acessado em 05.11.2010)
http://www.caminhoaguas.org.br/bacias/paraiba_do_sul.html (Acessado em 10.11.2010)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bacia_do_rio_Para%C3%ADba_do_Sul (Acessado em 10.11.2010)
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